Regras,
Padrões de comportamento moral,
Tradições,
Crenças,
Dogmas,
Deveres,
Horários,
Tudo isso nos limita,
Condiciona,
E aprisiona a nossa existência...
Somos, creio poder dizê-lo, prisioneiros do nosso próprio
viver...
Na realidade, vivemos interiormente,
em conflito connosco mesmos...
E, depois, nos nossos relacionamentos...
É esse conflito interior que se manifesta...
Em cada palavra,
Em cada olhar,
Em cada gesto,
Em cada silêncio...
Há, em cada um de nós,
Um conflito interior...
Que nos distancia, mais e mais,
Do presente,
E de nós mesmos...
Há um conflito interno,
dentro de cada um de nós,
Por resolver,
Um conflito entre a realidade,
Isto é, aquilo que, de facto, existe,
e que "é",
E o ideal,
Ou seja, aquilo que gostaríamos que existisse,
Mas que, de facto,
Não existe,
Nem é...
E, assim, nos distanciamos,
Da vida,
E do próprio presente,
Onde a vida acontece e existe...
E, pior,
Nos distanciamos,
De nós mesmos...
E, lá vamos,
Correndo,
Cumprindo as nossas rotinas,
Buscando "entretenimento",
Ocupando os nossos dias,
As nossas horas,
O nosso precioso tempo de vida,
Em fuga de nós mesmos,
Sem nunca refletir...
Vivendo numa espécie de "modo automatizado",
Insensíveis ao Ser,
E à própria energia da vida...
Mas, perdoem-me...
Paremos, aqui,
Paremos, aqui,
Por um pouco...
É que, parece que, a final,
Há em cada um de nós,
Um "ser",
que não "é".
Há, em cada um de nós,
Um ser,
Sem "ser"
O que, na verdade,
"é"...
E esse ser,
É, nem mais, nem menos,
Do que a manifestação da própria vida...
E como podemos nós viver indiferentes à própria energia da vida?
Como podemos viver alheados de quem,
verdadeiramente, somos?
A energia da própria vida,
Que nos anima,
Morre,
Soçobra,
Agoniza,
Paulatinamente,
Em cada um de nós...
É que,
A energia da vida,
Em nós,
Não conhece palavras,
Nem pensamentos,
Nem desejos,
Nem projeções mentais,
Nem anseios,
Nem expectativas,
Nem ideais...
Porque é, ela mesma, vida!
Por isso,
A energia da vida,
Não pode,
Nem sabe,
Nem desejaria, decerto,
Render-se aos devaneios do pensamento,
Nem ao seu operador,
O auto insuflado "ego"
Que se pavoneia, por aí,
Apontando, a cada passo,
Na direção de si mesmo...
E olvidando o mais importante em si:
"Quem é!"
A vida, em si,
Não precisa,
Nem depende,
Para viver,
De interpretações,
Nem de teorizações,
Nem de significados complexos,
Porque é,
Ela mesma,
a própria VIDA.
É, em si,
A energia do Criador.
E, por sê-lo...
Contém em si,
A harmonia,
O amor,
A verdade,
A compaixão.
É essa energia,
A energia da própria VIDA,
Que existe em cada um de nós!
Então, porque não somos simples,
como as crianças,
para podermos ver?
Porque não "vivemos", inteiros, simplesmente?
Olhando à nossa volta,
parece - tristemente -
que muitos,
entre nós,
já se ausentaram da própria vida...
Porquê?
Como fazê-los regressar a si mesmos?
Apenas, hoje, honesta e bondosamente, reflito.
Porque não há nada mais importante do que a própria VIDA!
Um convite à reflexão: em https://www.facebook.com/events/206482133065749/
22 de abril de 2016
Maria João