«SÓ POR HOJE…»
A “ARTE DE VIVER” - O REIKI COMO FILOSOFIA DE
VIDA
«A vida é uma passagem»,
todos estamos, ou melhor, pensamos estar, cientes desse facto.
Mas, estaremos nós, verdadeiramente, conscientes de que a nossa vida
e a dos que amamos, pode terminar a qualquer momento? Creio que não…
Pois que, se o estivéssemos, amaríamos muito mais, a vida que existe
em nós.
Viveríamos a vida mais intensamente e com mais cuidado.
E decerto - e não menos importante - tentaríamos, estar nela mais presentes a cada instante...
Mas, na nossa cultura, vivemos um pouco como os pêndulos: revivendo
recorrentemente os acontecimentos do passado,
preocupados com o futuro e atuando
mecanicamente no presente, cumprindo
rotinas e rituais que nos esgotam física, mental e emocionalmente.
E, depois, adoecemos…
Se se identifica com esta forma de estar, reflita…hoje e agora: é
preciso começar a viver no presente.
O passado já passou e o futuro só a Deus pertence…
É preciso, pois, aprender a “arte
de viver a vida”!
Começando por estar completamente
presente no aqui e agora.
Mas, para vivermos integral e completamente no momento presente,
havemos de compreender a morte e
integrá-la na nossa vida, sem medos, sombras ou temores, porque esta faz,
também, parte da condição humana.
A vida e a morte sempre estiveram relacionadas. E, apesar de todos os
avanços da medicina e da ciência “a morte
espreita” e não lhe poderemos escapar.
A vida é o princípio e a morte é o fim.
E para além de uma qualquer
relação de causa efeito, a existência de uma subentende a outra: se há vida, a
morte há de um dia sobrevir e esta só existirá na medida em que haja vida.
Simples, simples,
assim…
Por tudo isso, é tão importante que aprendamos a amar-nos e à Vida
que existe em nós.
Pessoalmente, aprendi a disfrutar do sabor da vida quando, após uma
súbita e inesperada cegueira periférica, fui confrontada com o diagnóstico
médico da existência de uma doença do foro auto imune.
Só nesse instante tive, verdadeiramente, a noção da fragilidade da
minha vida …pois, até aí, esgotava-me nos afazeres diários, provendo ao
imediato e vivendo num modo de vida absolutamente “acelerado”.
Mas, se esse episódio me deixou inicialmente abalada e perante uma
certa desorientação interior, teve, também, o condão de me “reposicionar” e de fazer-me despertar para quem sou e para a vida
que existe em mim. Por isso, estou grata.
Foi por essa ocasião que conheci o Reiki e a sua filosofia de vida
ressoou, extraordinariamente, em mim…
Com a formação no 1.º nível de Reiki Usui Shiki Ryoho, aprendi a
viver, de corpo e alma, no instante
presente…aprendi a confiar e a não me preocupar…porque a serenidade e a
paz, existem, mas só podem provir do interior de cada um…
Para quem não sabe, a filosofia do Reiki expressa-se nos seus 5
princípios:
«Apenas,
hoje: não me preocupo, não me zango, confio, trabalho honestamente e sou
bondoso.»
O Reiki não é só um instrumento de cura, uma terapia de saúde ou um sistema de auto sanação e de reequilíbrio
(físico, mental e emocional).
O Reiki é, também, uma poderosa ferramenta de crescimento pessoal que nos auxilia a olhar para dentro de nós
mesmos e a descobrir quem realmente somos, promovendo o equilíbrio, a harmonia
e o bem estar.
Sem dogmas, nem adoração de divindades, o Reiki pode ser praticado
por todos quantos procurem encontrar o caminho para a harmonia e a felicidade,
independentemente das crenças religiosas de cada um.
Hoje, a morte não me preocupa, pois, não diminui, nem destrói quem eu
sou, ou tenho sido e decerto quando vier, será para me conduzir a uma nova
dimensão, despojada das vestes físicas que agora envergo.
Mas, quando penso que posso morrer a qualquer momento, esse pensamento
torna-me mais consciente e incita-me a viver com maior intensidade, vigor e
entusiasmo.
Incita-me a dizer as palavras que não proferi, mas que já há muito
tempo, havia querido dizer.
Quando penso que posso morrer: sinto, verdadeiramente, a vida com
todos os meus sentidos: sinto o chão, o vento, o calor e o frio, torno-me
atenta à minha respiração e a todos os ruídos audíveis, mesmo aos mais
longínquos, aguço o olhar para ver, lá onde os outros não veem e quando me
sento para comer ou beber, levo o tempo necessário para saborear…o gosto da
Vida.
Porque aquilo que estou a fazer, aqui e agora, pode bem ser a última
coisa que faço nesta terra…
Sintam-se abraçados!
«Vivo
sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho.»
Fernando Pessoa
Maria João Vitorino
Artigo publicado em Jornal daqui na Edição n.º 55 de 23 de Julho de 2014
http://www.jornaldaqui.com.pt/
Maria João Vitorino
Artigo publicado em Jornal daqui na Edição n.º 55 de 23 de Julho de 2014
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