Lá em cima, na mais alta torre altaneira, sem
frestas, portas, nem janelas, criámos o nosso lugar de "conforto"...
É lá que, verdadeiramente vivemos, de dia e de
noite...
Divididos, interiormente, fragmentados,
fragilizados, cultivando a semente estéril do apego pelas "nossas"
próprias ideias e conceções do mundo (sobre as quais, estranhamente, a maior
parte das vezes, nunca refletimos...), pelas "nossas" coisas, pela
"nossa família", pelos "nossos amigos"...
E nesse curioso processo de
"viver"...isolamo-nos, protegemo-nos, sob um pretenso e ilusório
manto de "segurança e de conforto" que, não é seguro, e muito menos,
confortável...
Afinal, a vida rege-se por um princípio: da
impermanência...
A maior parte de nós, ainda não compreendeu
que o mais temível e horrível algoz vive dentro de si mesmo, impedindo-o de
viver...
O seu nome?
Chama-se "MEDO"...
E todos o conhecemos...
O medo de viver,
O medo de morrer,
O medo de adoecer,
O medo de perder os que ama...
O medo consome toda a sua, a nossa, energia...
É ele que nos impede de viver...
Nos seus "lugares de conforto"
(quanta ironia...)...
Mantemo-nos nos terrenos do
"conhecido", daquilo que cremos conhecer...
Quando na realidade, há um "absoluto
desconhecido" que vive dentro de nós...
E temos receio, medo, tanto medo, de enfrentar
o que desconhecemos...
Mas, sem bases, sem chão, que suportem os
nossos próprios pensamentos...qual é, a final, a sua consistência?
O autoconhecimento é o início da sabedoria...
Quem é você?
É o seu corpo?
É o seu nome?
Haverá, ou não, em si, uma entidade espiritual
que supera o conceito de tempo e todas as suas limitações?
Pare. Não reproduza as teorias que todos já
conhecemos...
São ideias...
E ideias, não são factos...
Para além de todas as teorizações, impõe-se a
seriedade viva, enérgica, séria: da REFLEXÃO...
Depois, veremos, até onde conseguiremos
chegar...por nós, connosco...
Porque há tanta "coisa" falsa por
aí...E todos o sabemos...