terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

- «Não sei se, algum de vós, alguma vez, já se sentiu, verdadeiramente, "só"...»



Não sei se, algum de vós, alguma vez, já se sentiu, verdadeiramente, "só"...
“Suficientemente só", consigo mesmo,
Suficientemente só, para se sentir “inteiro”, “completo”, vivo, consciente do "momento",
Consciente de “todos os momentos”, 
como se “saboreasse” a “eternidade”…

Não sei se, algum de vós, alguma vez, já se sentiu, verdadeiramente, "só"...
“Suficientemente só", consigo mesmo,
Consciente, verdadeiramente, consciente,
Dessa tremenda e super energia da Vida, que existe em cada um de nós e à nossa volta...

Não sei se, algum de vós, alguma vez, já se sentiu, verdadeiramente, "só"...
“Suficientemente só", consigo mesmo,
Comungando dessa “super energia”...
Sentindo, como só pode sentir a própria Vida,
com todos os sentidos: o «sabor da existência física»...
Ouvindo, todos os sons à sua volta:
Ouvindo o som produzido pelo cântico ou pelo bater de asas dos pássaros,
Ouvindo o som do vento que passa,
Ouvindo o murmurar ritmado das folhas das árvores que dançam e
se meneiam, à passagem do vento e da brisa,
Escutando o silêncio, sem selecionar, nem excluir, som algum...
Observando, lá no alto, por cima da sua cabeça o Sol, o céu, as nuvens que passam…

Não sei se, algum de vós, alguma vez, já se sentiu, verdadeiramente, "só"...
“Suficientemente só", consigo mesmo,
Superando, nesse instante, qualquer ideia do que é o tempo,
Concedendo-se, a si mesmo,
ao seu corpo,
à sua alma,
à sua mente,
ao seu coração,
absoluta e completa atenção...
sentindo, toda e qualquer sensação,
E no resgatar da sua sensibilidade,
Assistir ao pleno despertar da consciência, 
E deliciar-se no êxtase da vastidão do “SER” …

«Não sei se, algum de vós, alguma vez, já se sentiu, verdadeiramente, "só"...
“Suficientemente só", consigo mesmo,
Sentindo-se, conscientemente, a si mesmo,
Sem nenhum controlo da mente,
nem das suas projeções,
Sem símbolos, e sem o vaidoso e arrogante: “eu”,
Sem nenhum tipo de pressão,
Sem nenhum tipo de influência,
Sem nenhum tipo de expectativa,
Sem nenhum tipo de memória,
Sem nenhuma ideia do tempo...
Sem passado, nem presente, nem futuro...
Sem comparações, nem avaliações, nem medidas,
Sem a intermediação das palavras, ou de quaisquer outros códigos de expressão...

«Não sei se, algum de vós, alguma vez, já se sentiu, verdadeiramente, "só"...
“Suficientemente só", consigo mesmo…
Mas, se puder e quiser,
Deixe-se ir…
A caminhada é, apenas sua…
Não há lugar para outras pessoas na senda do autoconhecimento e 
da consciência da própria vida…

É lá, nesse reencontro genuíno, consigo mesmo,
No silêncio e quietude reencontrados,
Que nos reencontramos com a tremenda e poderosíssima energia da VIDA,
É lá, que podemos ser “tocados” pelos véus da “compreensão”…

E, nesse toque subtil e indelével, compreendemos que a forma física a que damos nome - e com a qual, nestes tempos de existência, nos identificamos - é, a final, o “vaso”, o recipiente, onde se contém a própria energia da VIDA…

E, um dia, quando este corpo físico se for, seja por velhice, doença, ou qualquer outra circunstância imprevisível, a poderosa e super energia da VIDA, irá também, levando consigo tudo quanto conhecemos e acreditávamos poder possuir…

Apenas, hoje, compreenda que o sentido da vida é “viver” e comemore a energia poderosa da VIDA que se manifesta através de “si”…


Apenas, hoje...reencontrar-nos-emos, por "lá"...

Malveira, 02 de fevereiro de 2016



Seguidores