segunda-feira, 22 de junho de 2015

- A "honestidade" contém em si a “chave” de todo o sistema de Reiki, sem a qual, continuaremos a viver nas “trevas” buscando a “luz” no exterior de nós próprios.



Cada vez mais se ouve falar acerca de Reiki: vídeos na internet, alusões em programas de televisão, palestras, formações, artigos em revistas, testemunhos, anúncios, aqui e ali publicitados por Mestres,  praticantes e, também, por aqueles que beneficiaram de uma sessão de Reiki.

E de uma, ou de outra forma, grande parte das pessoas já conhece, ou já experienciou Reiki, ou ao invés, se não conhece, tem interesse em vir a conhecer.

Numa tentativa quase vã (eu diria…), de se tentar definir o Reiki, diz-se que: o REIKI é um método de cura natural que funciona através da imposição das mãos, onde a energia Rei (energia natural, que impregna todo o universo) é utilizada para equilibrar a energia Ki (a energia da força vital que existe e flui em todos os seres vivos), proporcionando um completo equilíbrio energético, a nível espiritual, mental, emocional e físico, promovendo a saúde e o bem estar.

Ou melhor, o REIKI é uma prática terapêutica – pese embora, não incluída nas terapêuticas não convencionais tal como definidas pela Lei n.o 45/2003, de de 22 de agosto (Lei do enquadramento base das terapêuticas, regulamentada pela Lei n.º 71/2013, de 2 de setembro) - com uma filosofia de vida refletida pelos seus cinco princípios, aqui, concentrados numa única frase:

«Apenas, hoje, não me preocupo, não me zango, sou grato, trabalho honestamente e sou bondoso

Reiki não é pois, apenas, uma prática terapêutica.
Reiki é, também, uma filosofia de vida expressa nos seus singelos princípios.

E estes princípios devem, verdadeiramente, ser encarados como a base e orientação para uma vida harmoniosa.

Conhecemo-los na formação de 1.º Nível de Reiki.

E aprendemos (para os usarmos pela vida fora) uma postura física meditativa (gasshô) para os recitarmos.

Mas, não raras vezes, após a sua formação, os alunos recém formados, talvez porque demasiadamente preocupados com os rituais e as técnicas do Reiki (e, mais ainda, em praticá-los exemplarmente de acordo com os ensinamentos recebidos dos Mestres), relegam para um segundo plano estes princípios...

Ou melhor, recitam-nos, diariamente…
Tendem a reproduzi-los, até com um  certo orgulho, perante os outros…

Espalham folhetos e publicidade acerca de Reiki com os seus dizeres…
Mas, em boa verdade e permitam-me dizê-lo, poucos  compreendem, na realidade, a sua mensagem…

E, assim, embora reproduzam empenhadamente as técnicas e rituais no seu auto tratamento, ou no tratamento a terceiras pessoas, olvidam quase completamente a “base” e fundações para a vida harmoniosa que procuram: os princípios de Reiki…

Fechar os olhos,
Adotar uma postura meditativa,
E repetir, de manhã e à noite, os princípios de Reiki constitui um bom exercício para iniciar a meditação…

Mas
Não é suficiente para compreender a essência do Reiki…
E muito menos, para operar uma verdadeira mudança na sua vida… como decerto almejaria.

Porque, vejam bem, quando nos limitamos a reproduzir (copiar, imitar) dia, após dia, “mecanicamente”, qualquer ritual ou técnica o que acontece?

Acontece que, por repetitivas, a reprodução das mesmas técnicas apenas nos tornarão, mais e mais, insensíveis

E de que adiantam os conhecimentos adquiridos se perdermos a sensibilidade?
Tornando-nos insensíveis, perderemos o mais essencial: a humanidade…

É, por isso, preciso que compreendamos a importância da essência e da filosofia do Reiki…

É preciso que reflitamos em cada um dos seus princípios…

Não é preciso que “sigamos” atrás dos Mestres…

Porque se nos limitarmos a seguir atrás dos Mestres, também nos tornaremos mais e mais mecanizados, condicionados e insensíveis…

É, pois, necessário que “investiguemos” e sintamos por nós próprios, para além de todo o tipo de condicionamento…

Porque a VERDADE não pode ser aprendida…

É preciso que, nos aproximemos, gradual e paulatinamente, mais e mais, de nós mesmos…

E que, compreendamos, na nossa integralidade, em comunhão com a energia da Vida de que procedemos e que nos anima, que há na filosofia do Reiki, expressa nos seus cinco princípios, uma poderosa “mensagem oculta”, que nos permitirá aceder à chave do autoconhecimento…

Sem o qual, não saberemos quem somos…

Os princípios do Reiki são importantes, por si mesmos.
E é aconselhável que cada um de nós, vá diretamente à fonte, sem intérpretes, nem comentadores.

É preciso lê-los,
Apreendê-los,
E permitir que os mesmos se processem interiormente,
 É preciso que reflitamos e meditemos sobre eles…durante muito, muito, tempo…

É preciso “vivê-los”, no sentido literal do verbo, para ter acesso à sua compreensão, ao seu significado…

E, só depois, então, compreender a energia intensíssima, vibrante e atuante do Reiki.

Ademais, aprendemos que, só por hoje, devemos ser honestos no nosso trabalho:

«Kyo dake wa, Gyo wo hageme – Só por hoje, trabalho honestamente.»

Devemos, sê-lo, em primeira instância, connosco próprios.
Porque é preciso, primeiro, compreender a ideia, o princípio, antes deste poder ser praticado e exercitado no nosso dia a dia.

Como diria Carlos Drummond de Andrade:

«Chega mais perto
e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta,
sem interesse pela resposta, pobre ou terrível,
 que lhe deres:
Trouxeste a chave?»

As palavras já foram inventadas há muito, muito tempo e como intérpretes dessas palavras, cada um de nós as interpretará como o desejar, de acordo com as suas próprias vivências, cultura, crenças e condicionamento individual.

Pessoalmente, entendo que a honestidade há de ser sempre o ponto de partida da filosofia de vida de todos aqueles que se dizem praticantes  de Reiki.

E reproduzo, aqui, a definição de “honestidade” extraída do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia das Ciências de Lisboa, Editorial Verbo: “é a qualidade do que age ou se comporta de acordo com aquilo que é considerado o dever ou a verdade; qualidade do que é honesto = honradez, rigor.”

Este princípio (honestidade) contém em si a “chave” de todo o sistema de Reiki: pela possibilidade autêntica e genuína de "despertar" novos estados de consciência e de enveredar pelo autoconhecimento, sem o qual, continuaremos a viver nas “trevas” buscando a “luz” no exterior de nós próprios.

Como dizia o mestre Mikao Usui e não devemos esquecer:

«Reiki é a arte secreta de convidar a felicidade


E, tanto quanto me é permitido ver, há muitas pessoas com formação em Reiki que expressam e irradiam alegria e entusiasmo pela VIDA, mas, outras tantas, nem tanto…

Muitos “reikianos” (confesso que não sou propriamente fã, deste termo, mas utilizo-o por se ter vindo a tornar comumentemente adotado…), ainda, caminham por aí, propalando técnicas e conhecimentos, mas perdidos de si mesmos…

O Reiki é arte,
O Reiki é a compreensão do SER...

E muito trabalho há a fazer…
Porque se não soubermos quem somos, 

Se não nos amarmos o suficiente para nos aproximarmos de nós próprios,
 jamais saberemos o que é o amor...

Como poderemos compreender as dores e os sofrimentos dos “nossos” se, percorremos a própria vida, sem sequer sabermos quem somos?

Como pode um pássaro ferido nas suas asas, voar?

Por tudo isso…

«Apenas, hoje, trabalhe, consigo, honestamente.»



«Conhecimento verdadeiro de si próprio só é dado ao ser humano quando ele desenvolve interesse afetuoso para com os outros;
conhecimento verdadeiro do mundo, o ser humano só alcança
quando ele procura compreender seu próprio ser.»

Rudolf Steiner

Venda do pinheiro, 22 de junho de 2015

Um afetuoso abraço.
Maria João Vitorino




Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.         

domingo, 7 de junho de 2015

- REIKI - UM PORTAL PARA O AUTOCONHECIMENTO


Há uns anos atrás, disse-me, um dia, o meu Mestre de Reiki:

- "Menina, você tem tudo. Não precisa de gastar dinheiro em mais nada.
Você, tem tudo, menina. Você tem tudo! Está tudo aí!"


Perdidos de nós próprios, desorientados, navegando pelos mares tumultuosos ou pacíficos dessa vida que é de cada um, procuramos um "caminho" para a harmonia, para o AMOR, para a felicidade...

Confusos, desorientados, elegemos e procuramos, fora de nós, "Mestres", orientadores, que nos ajudem, a encontrar a "LUZ"...

E, quando afirmamos que procuramos a "LUZ", afirmamos, também, o nosso estado de existência nas trevas, na ignorância...

Confesso-vos que, naquele momento, não compreendi,as palavras do m/querido Amigo e Mestre de Reiki John...

Não compreendi, porque o meu "plano de consciência" condicionado pela sociedade em que vivia, não me facultou as bases de pensamento e consciência que necessitava para, então, o compreender...

Desde então, e na senda de "aprender" mais e mais no campo das práticas holísticas e esotéricas, caminhei por várias formações...aceitei - sem questionar muito - o que os mestres me diziam.

E, durante, um determinado período, cumprindo técnicas e lendo e relendo, este e aquele autor, adquirindo livros no exterior, acumulei muitos conhecimentos...

E, como muitos, quase "ceguei" fascinada pelo "saber" que ia conquistando, adquirindo...

Durante alguns anos, a prática dos rituais, dos preceitos, das técnicas, cultivaram em mim, alguma sensação de bem estar e até de um certo orgulho e vaidade, por ser "Mestre" e poder conversar acerca de múltiplos assuntos no ãmbito das áreas existenciais, holísticas, filosóficas, entre outras...

Mas, não interiorizei, logo, o mais "essencial"...

Porque nenhum livro, nenhum conhecimento, nenhum mestre me ensinou - nem podem ensinar - que sem as bases do autoconhecimento, do conhecimento de mim mesma - não é possível amar, verdadeiramente, nem conhecer os outros e o mundo...

Porque não há fórmulas, nem métodos, para o autoconhecimento...

O autoconhecimento é um processo com início...mas sem fim...e, em si, é um trabalho sério e apaixonado de investigação acerca de quem somos...

Para mim, o REIKI constituiu um "portal", para o "autoconhecimento"...um grande portal...

Um portal que transpus não por via das técnicas (que serão necessárias para atravessar o rio...)...mas por via, da filosofia (ativa) do Reiki e da forma "renovada" de encarar a vida e o mundo. 

O mundo somos nós e a VIDA manifesta-se e acontece no "relacionamento", na interação, não só com os "outros" seres humanos, mas, também, com todos os seres vivos, com a natureza e com as nossas próprias ideias e pensamentos.
Cada um de nós é sagrado...cada um de nós, é a mais bela de todas as criações da Terra e do Céu...

Fazemos a ligação entre o mundo material e espiritual...

Apenas, não sabemos quem somos...e é
 preciso DESPERTAR para quem somos...

É preciso, cultivar a SIMPLICIDADE...iniciar o "caminho" do autoconhecimento...

E três instrumentos são necessários:
- Sensibilidade;
- Capacidade intelectual/inteligência;
- PAIXÃO ...uma imensa paixão...

Volvidos alguns anos, compreendi as palavras do m/Amigo e Mestre Jonh...ao qual, reconhecidamente agradeço.

Hoje, vivo a VIDA de forma apaixonada...e compreendi que o verdadeiro sentido da VIDA é VIVER assim.

O AMOR é um estado de SER, um estado de consciência...
É no nosso interior que encontramos o AMOR...
É lá que DEUS existe...

Um afetuoso abraço.

07 de Junho de 2015

Maria João V.

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