quarta-feira, 23 de julho de 2014

- A "arte de viver" - O Reiki como filosofia de vida

«SÓ POR HOJE…»
A “ARTE DE VIVER” - O REIKI COMO FILOSOFIA DE VIDA


«A vida é uma passagem», todos estamos, ou melhor, pensamos estar, cientes desse facto.

Mas, estaremos nós, verdadeiramente, conscientes de que a nossa vida e a dos que amamos, pode terminar a qualquer momento? Creio que não…

Pois que, se o estivéssemos, amaríamos muito mais, a vida que existe em nós.
Viveríamos a vida mais intensamente e com mais cuidado.
E decerto - e não menos importante - tentaríamos, estar nela mais presentes a cada instante...

Mas, na nossa cultura, vivemos um pouco como os pêndulos: revivendo recorrentemente os acontecimentos do passado, preocupados com o futuro e atuando mecanicamente no presente, cumprindo rotinas e rituais que nos esgotam física, mental e emocionalmente.
E, depois, adoecemos…

Se se identifica com esta forma de estar, reflita…hoje e agora: é preciso começar a viver no presente. O passado já passou e o futuro só a Deus pertence…

É preciso, pois, aprender a “arte de viver a vida”!

Começando por estar completamente presente no aqui e agora.

Mas, para vivermos integral e completamente no momento presente, havemos de compreender a morte e integrá-la na nossa vida, sem medos, sombras ou temores, porque esta faz, também, parte da condição humana.

A vida e a morte sempre estiveram relacionadas. E, apesar de todos os avanços da medicina e da ciência “a morte espreita” e não lhe poderemos escapar.

A vida é o princípio e a morte é o fim. 

E para além de uma qualquer relação de causa efeito, a existência de uma subentende a outra: se há vida, a morte há de um dia sobrevir e esta só existirá na medida em que haja vida.

Simples, simples, assim…

Por tudo isso, é tão importante que aprendamos a amar-nos e à Vida que existe em nós.

Pessoalmente, aprendi a disfrutar do sabor da vida quando, após uma súbita e inesperada cegueira periférica, fui confrontada com o diagnóstico médico da existência de uma doença do foro auto imune.

Só nesse instante tive, verdadeiramente, a noção da fragilidade da minha vida …pois, até aí, esgotava-me nos afazeres diários, provendo ao imediato e vivendo num modo de vida absolutamente “acelerado”.

Mas, se esse episódio me deixou inicialmente abalada e perante uma certa desorientação interior, teve, também, o condão de me “reposicionar” e de fazer-me despertar para quem sou e para a vida que existe em mim. Por isso, estou grata.

Foi por essa ocasião que conheci o Reiki e a sua filosofia de vida ressoou, extraordinariamente, em mim…

Com a formação no 1.º nível de Reiki Usui Shiki Ryoho, aprendi a viver, de corpo e alma, no instante presente…aprendi a confiar e a não me preocupar…porque a serenidade e a paz, existem, mas só podem provir do interior de cada um…

Para quem não sabe, a filosofia do Reiki expressa-se nos seus 5 princípios:

«Apenas, hoje: não me preocupo, não me zango, confio, trabalho honestamente e sou bondoso.»


O Reiki não é só um instrumento de cura, uma terapia de saúde ou um sistema de auto sanação e de reequilíbrio (físico, mental e emocional).

O Reiki é, também, uma poderosa ferramenta de crescimento pessoal que nos auxilia a olhar para dentro de nós mesmos e a descobrir quem realmente somos, promovendo o equilíbrio, a harmonia e o bem estar.

Sem dogmas, nem adoração de divindades, o Reiki pode ser praticado por todos quantos procurem encontrar o caminho para a harmonia e a felicidade, independentemente das crenças religiosas de cada um.

Hoje, a morte não me preocupa, pois, não diminui, nem destrói quem eu sou, ou tenho sido e decerto quando vier, será para me conduzir a uma nova dimensão, despojada das vestes físicas que agora envergo.


Mas, quando penso que posso morrer a qualquer momento, esse pensamento torna-me mais consciente e incita-me a viver com maior intensidade, vigor e entusiasmo.

Incita-me a dizer as palavras que não proferi, mas que já há muito tempo, havia querido dizer.

Quando penso que posso morrer: sinto, verdadeiramente, a vida com todos os meus sentidos: sinto o chão, o vento, o calor e o frio, torno-me atenta à minha respiração e a todos os ruídos audíveis, mesmo aos mais longínquos, aguço o olhar para ver, lá onde os outros não veem e quando me sento para comer ou beber, levo o tempo necessário para saborear…o gosto da Vida.

Porque aquilo que estou a fazer, aqui e agora, pode bem ser a última coisa que faço nesta terra…

Sintam-se abraçados!


«Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho.»

Fernando Pessoa


Maria João Vitorino

Artigo publicado em Jornal daqui na Edição n.º 55 de 23 de Julho de 2014

http://www.jornaldaqui.com.pt/


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